"Não vales, o que sonhei,
Nem meus momentos vividos!
És o tiro que falhei
E me condena sem lei
A algemar os sentidos.
Não és o raro perfume
Feito em essências de paixão.
És a negrês dum ciúme:
Braseiro, feito, sem lume
Com cinzas de solidão.
Não és o cravo de fogo
Aceso na minha boca!
És o pranto, mais o rogo
Meu adeus, até mais logo,
Onde a vida será pouca.
Não sei o que és pra mim!
Serás o céu, ou o inferno,
A campa rasa, o jardim,
Princípio que não tem fim.
A Primavera, ou o Inverno?!"
Mário Rainho.
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