sábado, 30 de julho de 2011

Ilusão


"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Uma vida maior


"Estou querendo viver daquilo inicial e primordial que exactamente fez com que certas coisas chegassem ao ponto de aspirar a serem humanas.
Estou querendo que eu viva da parte humana mais difícil: que eu viva do germe do amor neutro, pois foi dessa fonte que começou a nascer aquilo que depois foi se distorcendo em sentimentações a tal ponto que o núcleo ficou esmagado em nós mesmos pela pata humana.
É um amor muito maior que estou exigindo de mim – é uma vida tão maior que não tem sequer beleza. Estou tendo essa coragem dura que me dói como a carne que se transforma em parto. "
C.Lispector




terça-feira, 26 de julho de 2011

Recta

"A vida, que parece uma linha recta, não o é. Construímos a nossa vida só nuns cinco por cento, o resto é feito pelos outros, porque vivemos com os outros e às vezes contra os outros. Mas essa pequena percentagem, esses cinco por cento, é o resultado da sinceridade consigo mesmo. "
José Saramago

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Viajar no tempo


Há dias em que me apetece enganar o tempo e começar tudo de novo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ela




- Ela é tão livre que um dia será presa.
- Presa por quê?
- Por excesso de liberdade.
- Mas essa liberdade é inocente?
- É. Até mesmo ingénua.
- Então por que a prisão?
- Porque a liberdade ofende.

   Clarice Lispector

domingo, 10 de julho de 2011

Sou

"Às vezes a saudade é tão grande que a gente não sente mais. A gente é."
Jaak Bosmans

sábado, 9 de julho de 2011

Sol

"Estou saindo de férias, volto assim que me encontrar."

sexta-feira, 8 de julho de 2011

No teu Poema

No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida

No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta uma varanda para o mundo

Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia e o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta, de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha

No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rio
O canto em vozes juntas, em vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas

Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte
o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera do futuro
José Luís Tinoco